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Roca assinala o Dia Mundial da Água, em parceria com a Fundação We Are Water

Data de publicação
  • O mercado mundial da dessalinização poderá aumentar o seu volume de 13 500 milhões de dólares, em 2021, para 28 830 milhões, em 2030, com uma taxa de crescimento anual de 8,8%
  • Reduzir a emissão de gases e a geração de salmoura é imperativo para a sustentabilidade dos processos de osmose inversa
  • Garantir que as economias mais desfavorecidas possam aceder a uma tecnologia em constante renovação implica investimento, parcerias e estreita colaboração público-privada 

Dia Mundial da água by Roca em parceria com a Fundação We Are Water

Segundo os dados das Nações Unidas, existem até 1.100 milhões de pessoas a sofrer de stress hídrico em todo o mundo. A organização estima que, dos 1.400 milhões de quilómetros cúbicos (km3) de água que existem na Terra, há apenas 200.000 km3 de água doce disponível para o consumo humano . Perante esta problemática, existem várias soluções a serem consideradas, estudadas e desenvolvidas, sendo uma delas a dessalinização.

A dessalinização é uma alternativa que tem evoluído muito ao longo dos últimos anos. Trata-se de um processo que enfrenta desafios como reduzir os custos, evitar a emissão de gases e resolver os problemas relacionados com poluição da salmoura, o seu principal resíduo. Apesar disso, é uma boa opção para atenuar os efeitos da seca em países em vias de desenvolvimento, se se cumprirem duas condições: a eliminação, através de parcerias, do fosso tecnológico e a adoção da colaboração público-privada como modelo mais justo e eficaz.

Os primeiros sistemas de dessalinização foram processos térmicos: utilizavam o calor para evaporar a água e condensá-la. Este sistema existiu durante muito tempo, com várias melhorias, até 1965, ano em que se desenvolveu a dessalinização por osmose inversa: a tecnologia atualmente em vigor.

A osmose inversa: um mercado emergente

O sistema de osmose inversa baseia-se na passagem da água do mar através de umas membranas que a filtram e captam o sal. É preciso muita energia para aplicar a pressão necessária para que a água atravesse as membranas, mas é um sistema muito mais eficiente do que o da destilação térmica, pelo que se torna mais rentável. Os sistemas de osmose inversa foram aperfeiçoados significativamente ao longo dos últimos anos e, ao mesmo tempo, ganharam protagonismo devido ao aumento da crise hídrica em muitos locais do mundo.

O crescimento urbano acelerado e o desenvolvimento do turismo em zonas de stress hídrico endémico criaram contextos favoráveis à adoção da dessalinização. Em 2018, existia, em todo o mundo, mais de 17 000 instalações dessalinizadoras e, também a nível mundial, é feita atualmente a dessalinização e reutilização de mais de 200 milhões de metros cúbicos (m3) diários de água. Neste momento, a Arabia Saudita é o país que lidera a dessalinização: quatro em cada cinco litros de água doce consumida é proveniente do mar; seguem-se os Emirados Árabes Unidos, os EUA, o Kuwait, o Qatar, o Japão e Espanha.

Estima-se que até 62,3% da água dessalinizada se destina ao consumo humano, através da rede municipal de abastecimento; 30,2% é utilizado pela indústria; 4,8%, pelo setor da energia, e 1,8 % se destina à irrigação agrícola. As cidades são as grandes consumidoras de água dessalinizada. Encontram-se praticamente todas ao nível do mar, o que evita o consumo de energia, já que não é necessário bombear a água que sai das instalações.

Dessalinização: projeção e desafios 

Durante os últimos anos, a mudança climática levou ao aumento das expetativas relacionadas com a dessalinização e o setor concentrou um grande investimento em investigação, desenvolvimento e inovação (IDI), disparando as suas previsões de crescimento. De acordo com o relatório da The Brainy Insights , estima-se que o mercado mundial da dessalinização de água aumentará de 13 500 milhões de dólares, em 2021, para 28 830 milhões, em 2030, com uma taxa de crescimento anual de 8,8%.

Contudo, ainda existem dúvidas sobre a sustentabilidade do processo. Se, por um lado, evita a sobre-exploração de rios, aquíferos e as consequências nefastas para a economia devido a uma restrição do abastecimento, por outro lado, ainda envolve alguma emissão de gases e a geração da salmoura. Trata-se de um dos desafios da dessalinização, em conjunto com a necessidade de tornar um sistema intensivo em investigação e inovação tecnológica mais competitivo.

Em qualquer caso, as estratégias de implementação da dessalinização devem incluir, de forma imprescindível, parcerias entre todos os setores (agrícola, turístico e principalmente industrial) e a colaboração público-privada como modelo de desenvolvimento.